domingo, 29 de março de 2015

A ÁFRICA QUE O BRASIL PRECISA CONHECER

O amor que o Brasil tem pelo continente africano por vezes beira muito próximo de um imaginário ideal fomentado por indústria mercantil que não tem muito a ver com a realidade e o conhecer do continente. 

O continente africano não tem muito a ver com "Africa ioiô" que se propaga como febre e como boa parte se interessa mais pelo "consumo" fácil e equivocado, vamos seguramente continuar bebendo de forma que "é tudo nosso, e nada deles". Por vezes fico intrigada com a responsabilidade de quem conhece e admite negligenciar a África muçulmana, ou ainda dizer que não há o Candomblé na África  e sim o Vodu,  ou ainda a África das artes, de território rico em uma diversidade cultural.

 Esquecem por vezes que a Bahia recebeu sim o legado do continente africano e tentar ser próximo deste legado sem muito folclore...os próprios africanos quando chegam em Salvador se sentem próximos mas não é tão "África" assim. 
A desigualdade faz parte de qualquer lugar do planeta. Mas, ler ou ser próximos de autores africanos,  o Brasil sabe muito pouco, imagina ainda que os africanos estão sempre na condição da oralidade. 

Ora, nós que praticamente somos "oral", falamos muito mal o português enquanto que no continente em sua maioria fala sempre a língua materna, os dialetos, outras línguas e ainda inglês, francês, alemão e muitas outras...devemos parar de cantar tanto África Ioiô ou por vezes dizer que sim: "eu falei Faraó" ou não! Embora tenha convivência com africanos e nossas conversas sempre tem uma síntese que se assemelha. mas posso estar tão equivocada quanto os "detentores" do conhecimento de África na Bahia. :-)

Como disse o excelente Mia Couto (gosto de quase todos os livros dele que li)
"A África que existe na cabeça das pessoas é folclorizada"

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