terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

NÃO PODE FECHAR!

O Núcleo de Articulação considera importante a divulgação e o apoio para a manutenção 

desse espaço de entretenimento do Museu. Repassem!


Circuito de arte fechará três salas por falta de patrocínio

  • SALAS no Museu Geológico e shopping Passeo estão prestes a fechar no pior momento do grupo exibidor                                                                                                                                        Em atividade há 15 anos, o circuito de cinema Saladearte - que exibe programação diferenciada na capital  - deve fechar mais uma unidade. Com o fim do contrato e dificuldade de renovar a locação, o espaço  no Museu Geológico (Corredor da Vitória) só deve permanecer aberto por mais um mês. 
  • Se isto ocorrer, o circuito, que já teve oito salas, ficará reduzido a dois espaços, o Cine Vivo (shopping Paseo Itaigara) e o Cinema da Ufba, na Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (Vale do Canela). 
  • Com capacidade para 125 pessoas, o Cinema do Museu foi inaugurado em 1996. "Tivemos apoio de empresas e parte da estrutura era mantida com os recursos de um patrocínio da Vivo. Precisamos conseguir novos apoios e viabilizar uma reforma", diz o gestor Marcelo de  Sá, sócio da Empresa Cinema e Arte, à frente do circuito 
  • .Também em situação de iminente encerramento estão duas salas do Cine Vivo,  no shopping Paseo, que operam desde 2009. Com a perda do patrocínio da Telefônica Vivo, o local só tem garantia de funcionamento por, no máximo, seis meses, caso não assegure outro apoio financeiro, segundo o gestor do circuito.
"Estamos negociando com o dono do espaço e o condomínio do shopping pagamentos reduzidos. Caso contrário, nosso prazo se reduz para três meses para evitar a falência de todo o circuito", explica Marcelo.
Em nota, a Telefônica Vivo informa que "a parceria com o circuito Sala de Arte foi encerrada em outubro de 2013, na época da adoção dos novos formatos de apoio à arte e à cultura. Na área do cinema, a Telefônica Vivo tem uma parceria com a rede Cinemark, com o programa Vivo Valoriza, que dá desconto em ingressos para todos os clientes".
Marcelo observa que "sem patrocínio, o projeto é inviável. Além do Cine Vivo e do Cinema do Museu só temos o Cinema da Ufba,  parceria com a instituição e com a Ancine [Agência Nacional do Cinema], isenta do aluguel. A frequência não banca o projeto".
O gestor alega que o público de duas mil a três mil pessoas por semana não é suficiente para todos os gastos mensais, que não foram revelados. "O ideal seriam cinco mil frequentadores por semana, sem lucro. Temos um débito de investimentos de mais de um milhão de reais", revela o produtor cultural.
Esforço
Na tentativa de reverter a situação, contatos estão sendo realizados com empresas do âmbito cultural e órgãos públicos."Fazemos uma programação diferenciada. São dez a 15 filmes por semana. Lutamos por um projeto de vida e de resistência", relata Marcelo de Sá.
Desde a semana passada, Marcelo aproveita a movimentação por conta da exibição de filmes que concorriam ao Oscar para divulgar a situação ao público. "Comecei a contar o que está acontecendo e buscar parceiros para não acabar com o projeto. Estou aberto para contatos", diz.
O esforço é para evitar que os espaços tenham o mesmo fim das salas da Graça (Bahiano de Tênis), Pelourinho (Cine XIV), Solar do Unhão (Sala MAM-BA), Rio Vermelho (Caballeros de Santiago) e Ladeira da Barra (Aliança Francesa).
Até o próximo fim de semana são organizadas mobilizações para atrair investidores. Mais informações pelo telefone marketing@saladearte.art.br.

Mobilização no Facebook busca apoio para manter espaços

Após ouvir o desabafo do gestor Marcelo de Sá em um dos espaços de cinema do circuito Sala de Arte, o bancário Sérgio Farias, 48, publicou um texto na rede social Facebook para mobilizar os frequentadores.
“O apelo aqui é para que as pessoas frequentem as salas que ainda existem, multipliquem o boca a boca, as postagens, os compartilhamentos, amplifiquem ao máximo a necessidade de salvar esses bunkers de cultura que ainda restam e nos proporcionam bons filmes, com um público adulto e de qualidade. Vamos ao cinema, vamos salvar a Sala de Arte!”, conclama o texto.
Até o início da noite de ontem, a postagem já contava com 822 compartilhamentos, além dos que ocorreram pelos perfis de outros usuários. “Frequento o circuito desde o início, no Bahiano de Tênis, e estou disposto a lutar por esses espaços que proporcionam um cinema de qualidade. Além do ambiente agradável onde se pode chegar bem antes do filme e permanecer no local para conversar sobre cinema”, diz Sérgio.
A produtora cultural Cinthia Santiago, 48, também chega a comparecer ao circuito três vezes por semana. “Deixei de frequentar o circuito comercial. É um público mais específico e respeitoso. E, além da qualidade da programação, é um ponto de encontro da turma que atua no meio cultural. Não podemos perder espaços como esses”,  diz ela.
O professor Iuri Ramos, 44, participou do movimento pela permanência da sala no Bahiano de Tênis. “Os problemas de manutenção existem desde a criação, para assegurar um espaço com essas características. A permanência é marcada por desafios. Mais do que uma oportunidade, Salvador necessita de espaços como esses. Só temos acesso a algumas películas por conta do circuito de arte”, opina.
Histórico
O circuito começou no clube Bahiano de Tênis. Como ele, já foram fechados o Cine XIV (Pelourinho), o da Aliança Francesa (Barra) e os do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) e na sede da Sociedade Caballeros de Santiago (Rio Vermelho).
O mais duradouro é o Cinema da Ufba, que funciona como projeto de extensão há quase dez anos. O local conta com moderno projetor digital.

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