sábado, 31 de maio de 2014

DOM JOSEPH I° DO BRASIL


A ameaça era óbvia desde pelo menos três ou quatro anos. Agora, assim, sem pedir licença, o Brasil entrou num regime de monarquia absoluta, sob a tutela do augusto descendente da Grande Duquesa de Havelange-Teixeira, que os mais íntimos chamavam pelo apelido de Fifa ou Fifinha.
Num gesto imperialmente bondoso, Ele mandou distribuir álcool ao bom povo escravizado em enormes recintos fartamente iluminados, chamados de arena. Nas próximas semanas a experiência será minuciosamente analisada por observadores vindos do mundo inteiro. 
Se o antigo jogo de empurrar uma bola até determinado espaço suscita o entusiasmo de multidões que o preferem até a própria mãe doente e filhos desnutridos, é que esses foram vitimados por uma longa e insistente lavagem cerebral, tornando-se desta forma mais fáceis de manipular. 
Como de costume, o Concelho não tardou em se ajoelhar servilmente aos pés do rei, determinando que jamais ninguém poderia expressar descontentamento nas ditas arenas. Para quem vaiar será chamado o herdeiro do coronel Paulo Torturador Malhães. 
E mais: É proibida qualquer reunião festeira ou política no raio de 1.500 léguas. Assim que na longínqua cidade de São Salvador, foi interditada a convenção organizada por um grupo de vereadores suspeitos. 
Outro decreto/lei irá perseguir impiedosamente qualquer tipo de anúncio que pretenda elogiar produtos não consumidos por Sua Majestade. Todos nós sabemos que o bisneto de Fifinha recebe um agrado dos produtores e que nas arenas serão servidas quase exclusivamente bebidas e comidas do ditador Tio Sam.
Mas, como também todos sabem desde 1789, não existe monarquia absoluta que resista ao clamor popular. Podemos prever que o reinado da Casa Havelange-Teixeira não mais continuará abusando do analfabetismo popular por muito tempo. 
O povo unido precisa dar um basta a tanto sofrimento para o enriquecimento de um punhado de antropófagos.


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