quarta-feira, 24 de julho de 2013

RATOS HERÓICOS



Os ratos heróis de Moçambique, 2005.

A foto foi tirada em 2005 em Chimoio, Moçambique, e mostra um rato gigante africano farejando minas terrestres presentes na região desde a Guerra Civil.

Segundo a "Anti-Persoonsmijnen Ontmijnende Product Ontwikkeling", APOPO, organização não-governamental belga que tem ajudado os moçambicanos a treinarem os roedores, os ratos são heróis, pois já ajudaram a salvar milhares de vidas numa região que abriga um milhão de pessoas e ainda está repleta de minas terrestres provenientes da guerra.

A Guerra Civil Moçambicana aconteceu entre os anos de 1976 e 1992, tendo ficado conhecida como "Guerra de desestabilização de Moçambique", pois levou o país à falência.

Em 1975 Moçambique acabara de ganhar a independência e a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), de soldados portugueses que lutavam para a independência do país em relação a Portugal, subira ao poder instaurando um regime socialista. Um ano depois, grupos rebeldes em prol da libertação da vizinha Rodésia (atual Zimbabwe) receberam o apoio do governo moçambicano com o aval para a instalação de bases no país.

Como retaliação, entretanto, a Rodésia criou a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) com o intuito de promover ataques ferozes em Moçambique para desestabilizar o governo através da instalação de minas terrestres por todo o território e destruir as bases de apoio aos rebeldes. A partir de então, dá-se início a uma Guerra Civil violenta entre a RENAMO e Moçambique. Mais de um milhão de pessoas foram mortas no conflito e mais de quatro milhões se deslocaram do território.

A guerra civil acabou em 1992, quando o governo moçambicano assinou um Acordo Geral de Paz em 4 de outubro com o líder da RENAMO.

O resultado do conflito ainda permanece presente, como as minas terrestres, e em vez do progresso, Moçambique tornou-se um dos países mais pobres do mundo, vivendo de ajudas da comunidade internacional.

Nesse meio tempo, a APOPO promoveu uma intensa ajuda na detecção das minas através do treinamento de ratos que detectam o TNT. Por meio de um treinamento condicionado (pavloviano) que se inicia ainda na segunda semana de vida do animal e dura cerca de 9 meses, a organização conseguiu treinar diversos ratos que vem salvando milhares de vidas na região.

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