quinta-feira, 7 de julho de 2016

BEBERETE PERTO DO RITZ


Portugal foi, por longas décadas, refúgio político de muitas eminências, excelências, altezas e majestades. Gravitando à volta destes astros, um enxame de figuras de menor importância, salpicado por alguns fantasistas, penetras e vigaristas de alta roda. Na curta rota Lisboa-Estoril-Cascais-Sintra, viveu por gerações gente que fora e, às vezes voltaria a ser, História. Porque e como fui introduzido nalguns círculos fechados ao “vulgus pecum” é para mim ainda hoje pergunta sem resposta.
Nem, aliás, muito relevante.

Falo algumas línguas com marcado sotaque. Talvez seja este sotaque mesmo que diverte quem se lembra de me mandar cartão para coquetéis e jantares. E Deus sabe quanto me envaideço, confesso.

Será em mesas à luz de vela, talheres de prata e porcelana de Vista Alegre que encontrarei o único outro Dimitri do país.
Estamos falando das vésperas do 25 de Abril de 1974, a Revolução dos Cravos, da qual não vou perder um pingo. Já estava na hora. Outro dia conto.
Dimitri Wolkonsky é russo, amável e charmoso, educado e divertido e, também de carteira magra, pega trem e ônibus. Além do mais, é príncipe e das melhores estirpes.
Conversamos longamente a cada encontro mundano. Sobre o quê? Sobre nada, evidente. Você já viu alguém refazer o mundo em roda social? Seria cortado sem retorno e para sempre de qualquer lista. Mas quando se tem vinte e tantos anos, o que importa é se sentir considerado, pertencer a uma tribo, mesmo se esta for escolha passageira.
Assim foi minha vida durante década e meia e não me arrependo. Quem sabe observar, ouvir e lembrar, forja armadura para o que der e vier.

A diferença entre os dois Dimitri é que um começa a andar na vida e é movido a incertezas e determinação, outro já fez um longo caminho, mas ainda não encontrou rumo ou porto seguro. As relações sociais - não vamos falar de amigos, que é outro departamento - mencionam meu homônimo com certa condescendência, apesar do respeito à bela e invisível coroa. Eu faço figura de combatente e uma ponta de inconformismo já mostrando o nariz, ajuda a criar diferenciada imagem.
Por enquanto batalho duro para pagar aluguel e o salário da Marcelina, maravilhosa empregada. Suas lulas recheadas serão inesquecíveis. O atavismo está provado. Se de alguém herdei a pose, foi de minha avó paterna.

Numa bela tarde de Outono, chegou a Lisboa uma frágil e sofisticada argentina. Compra um imenso apartamento – comprar sempre sai mais em conta que alugar, para quem pode, é claro – nos altos do Parque Eduardo VII, a dois passos do Hotel Ritz, o que você há de convir, não deixa de ser prático. Como a conta bancária não é em pesos, mas em francos suíços, la cordobeza, que declara “Mi família era peronista, lo que era muy mal visto por la sociedad”, não terá grande dificuldade em freqüentar os endereços certos da conservadora capital.
E o que pode acontecer, me diga, quando um cinqüentão príncipe russo encontra em três jantares seguidos uma balzaquiana solitária vestida nos bons costureiros franceses, ostentando colar de safiras condizente com seus olhos?
Foi assim que, semanas depois, recebi um cartão em papel verger, convite gravado para o coquetel - beberete se diz em português acadêmico - de noivado dos pombinhos de asas cansadas. Vale a pena o esclarecimento sobre o convite gravado. Basta passar discretamente o dedo sobre o texto para sentir a saliência das letras, o que nunca acontecerá com a impressão tipográfica. Elegância suprema, código mudo de uma sociedade em vias de extinção.
O apartamento oferece vista privilegiada sobre o parque e, à direita, o castelo São Jorge e a embocadura do Tejo. Ternos escuros, gravatas de listras e vestidinhos pretos com o obrigatório colar de pérolas. Geralmente finas.
O champagne é francês, o caviar iraniano e o salmão veio especialmente da Noruega.

Como sempre nestas ocasiões, encontrar o Tout-Lisbonne é encarado com a maior naturalidade. Estranha-se que a marquesa de Cadaval ou o visconde de Soveral ainda não tenham chegado. Ah! Chegam juntos. “Nos encontramos no elevador, não é divertido?!”. Só para evitar comentários nesta sociedade onde divorciar é ilegal, mas onde todo o mundo... Bem isto são outros quinhentos.
De repente, a porta abre, sente-se um breve e sutil silêncio, logo a seguir o tom das conversas fica como fervendo. Acaba de entrar um homem alto, magro, os olhos curiosamente rasgados, elegante, desta elegância de quem tem a noção de ser sempre o centro de todas as atenções. Ninguém sabe mais como se comportar. Continuar as conversas naturalmente? Correr e entrar na fila para ser apresentado? Fingir que é íntimo? Declarar de voz alta que já recebeu o convite para o casamento da filha dele?
Verdade é que não sei como, talvez a dona da casa me tenha empurrado na direção do ilustre visitante, mas de repente estou na sua frente. Me dá uma mão grande e forte. Olha para mim como se quisesse saber tudo a meu respeito – eu que tenho tão pouco para contar -  e trocamos umas banalidades cuja memória a História não gravará.
Foi assim que conheci Juscelino Kubitschek.

Dimitri Ganzelevitch               Salvador, 20 de dezembro de 2

O DRAMA!

Ex-ministro do Turismo e ex-miss Bumbum EUA estão separados


SAIBA TUDO SOBRE ESTA TRAGÉDIA!

UM MAR DE ESGOTOS

60% do esgoto coletado em Salvador está sendo lançado no mar sem tratamento

Sem energia após acidente com ônibus na Av. Vasco da Gama, o processo de tratamento de resíduos realizado pela Embasa está incompleto
Depois que um acidente de ônibus na avenida Vasco da Gama, na noite desta quarta-feira (23), afetou a transmissão de energia elétrica que alimenta a estação de condicionamento da Embasa, no Lucaia, mais de 60% do esgoto da capital que seria tratado pela concessionária e que deveria ser bombeado para o emissário submarino do Rio Vermelho está sendo lançado diretamente no mar. 
Parte do esgoto coletado em Salvador está sendo lançado no mar sem tratamento (Foto: Alexandro Mota/CORREIO)
Sem energia, o processo de tratamento de resíduos está incompleto. A Embasa está fazendo o gradeamento do esgoto, que não retém os resíduos sólidos mais finos. “Tudo de pior que poderia acontecer, aconteceu”, afirmou Júlio Mota, superintendente de esgotamento da Embasa em Salvador e Região Metropolitana.
O esgoto está sendo arremessado no Rio Lucaia e chegando à praia do Rio Vermelho na foz que fica ao lado da Colônia de Pescadores do Largo da Mariquita e do Mercado do Peixe do Rio Vermelho. “99% desse material é água, somente 1% do material é sólido, que uma parte é carga orgânica e a outra parte são os patogênicos (que podem transmitir doenças)”, detalha o analista de saneamento da Embasa.
O desastre ambiental já é visível. Uma macha escura se formou no mar do Rio Vermelho, que está sendo palco da apresentação A Paixão de Cristo. O mau cheiro só é atenuado pelo forte vento que sopra no bairro.  O geógrafo Eliezer Almeida, 49 anos, conta que passava no bairro quando sentiu o fedor.
Ele parou para registrar com o celular e enviar para os amigos. “Precisa ver de quem é a responsabilidade, tem que haver um plano (de emergência), independente do problema que teve na Vasco da Gama”. Eliezer conta que se assustou com o volume de esgoto sendo despejado. “Dizem que o rio corre pro mar, aqui é o esgoto que corre para o mar, dá para usar um caiaque aqui de tanto esgoto”, ironizou.
Parte do esgoto coletado em Salvador está sendo lançado no mar sem tratamento (Foto: Marina Silva/CORREIO)
A estação de esgoto recebe energia de duas subestações de eletricidade diferentes da Coelba, segundo Mota. Quando há problemas em uma dessas estações, a outra atende à demanda. O problema é que a linha que transmite a energia dessas subestações é única e foi justamente ela que foi afetada com o acidente. “Fomos atingido no nosso Calcanhar de Aquiles”, ilustrou Júlio.
Desde que todas as vítimas foram resgatadas, uma equipe da Coelba trabalha para o restabelecimento da linha de transmissão de 69kV que abastece unicamente a estação da Embasa. Pela manhã, a equipe escavou um buraco ao lado do poste atingido pelo ônibus. Os quatro cabos de eletricidade e a estrutura elétrica do antigo poste passa para o novo permitindo que o sistema se já ligado. A previsão é de que o serviço seja concluído ainda na noite desta quinta-feira.
Linha de transmissão passa por reparos após acidente
 (Foto: Alexandro Mota/CORREIO)
Dimensão
Os pescadores da colônia contam que não é costume ter despejo de resíduos naquele trecho, exceto quando há fortes chuvas. “Só dão descarga quando tem muita chuva, fora isso, eu nunca vi isso aqui dessa forma”, afirmou José Roberto da Silva, um dos fundadores da Colônia da Mariquita. 
Atualmente, dentro do volume de esgoto da capital que é tratado pela Embasa (nem todo o esgoto da cidade é coletado pela empresa), 60% vai para o emissário do Rio Vermelho, os demais 40% vão para o emissário que fica no mar na altura do bairro da Boca do Rio. O volume de esgoto lançado no mar é menor hoje por conta do feriado e dos esvaziamento da cidade.
Júlio acredita que, após o restabelecimento do funcionamento da estação, em seis horas os problemas serão resolvidos. Até o restabelecimento da distribuição de energia na estação de tratamento, a Embasa recomenda que as pessoas evitem o contato com o mar.
O processo que está comprometido com a falta de energia é justamente para reduzir a poluição dos rios e mares em Salvador. O esgoto é levado até as estações de tratamento pela rede coletora e, em seguida, é lançado no mar a 2,35 Km da costa e a uma profundidade de 27 metros, através do emissário submarino do Rio Vermelho, segundo informa a Embasa em seu site. 
O Sistema de Disposição Oceânica do Rio Vermelho foi construído em 1975 e tem capacidade para processar 8,3 mil litros por segundo. Este emissário atende as áreas do entorno da Baía de Todos os Santos e, na vertente atlântica de Salvador, atende as áreas que se estendem da Barra até o bairro de Armação.

VERGONHA NOS J.O.

Organização Olímpica exclui representação de religiões africanas do Centro Ecumênico


As religiões de matriz africana ficaram fora do centro ecumênico da Vila Olímpica

Coordenada pelo padre Leandro Lenin, o centro vai ter espaço para representação dos seguidores do cristianismo, islamismo, judaísmo, hinduísmo e budismo. Entretanto, embora tenha grande penetração no universo religioso do brasileiro, religiões como o Candomblé ou a Umbanda foram deixadas de fora. 

Segundo a assessoria do COB, a decisão não é uma exclusão destas religiões, mas a manutenção de um modelo de contemplação das cinco religiões que tem mais adeptos entre atletas. 

Além disso, é o COI o responsável por esta decisão e não o COB. Mas, para que não haja polêmica, um aviso: qualquer atleta que queira a presença de um líder religioso, independentemente da fé que professar, poderá solicitar e terá garantido o encontro. 
A inauguração do centro ecumênico vai funcionar entre agosto e setembro quando o Rio de Janeiro irá receber mais de 10 mil atletas olímpicos e 4 mil paralímpicos procedentes de mais de 200 países. 

Além do equipamento esportivo, é sabido que muitos atletas desembarcam trazendo também seu material religioso. 

RATINHO E A LEI ROUANET

Ratinho denunciou artistas que ‘mamavam’ na Lei Rouanet e agora sofre ameaças de boicote

Ratinho [apresentador do SBT] causou polêmica ao fazer um desabafo em programa

Alguns artistas [se é que podemos chamá-los assim] estão planejando fazer uma espécie de ‘punição’ ao apresentador.
Eles planejam fazer um boicote e recusar convites da direção da atração para cantarem no palco do “Programa do Ratinho”.
A informação é do jornalista Fernando Oliveira em sua coluna para a Folha de S.Paulo.
O apresentador disse que quem sobrevive da lei “mama nas tetas do governo” e denunciou alguns ‘chupins’ que complementam sua renda através de verbas públicas que poderiam ser detinadas, por exemplo, para a saúde e educação.
Ratinho estava certo! E quer saber? Esses supostos artistas não farão a mínima diferença no programa do apresentador!
“Se pegaram o dinheiro, eu não sei […] mas tiveram a pouca vergonha de pedir” disse o apresentador
“A maioria da população não sabe pra que serve e Lei Rouanet” disse o apresentador.

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